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Crítica | Capitã Marvel (2019) - Um bom filme de origem com elementos de MIB e Superman

Capitã em todo seu poder- reprodução: IMDB


Capitã Marvel traz o peso de ser a primeira heroína do UCM a ganhar filme solo. O longa não apenas abre caminhos para a personagem nos próximos capítulos do panteão de heróis, como também entrega algumas respostas que estiveram em aberto sobre alguns personagens de histórias anteriores.

Na história, acompanhamos a ex-pilota das forças aéreas americanas, Carol Danvers, tentando recuperar suas memórias perdidas, e nesse meio tempo, ela se vê presa em uma guerra alienígena entre duas raças e descobrindo os poderes que a tornará a mais poderosa de todo o universo.

O filme inicia com uma homenagem muito singela e bonita ao criador dos heróis da Marvel, o eterno Stan Lee, emocionando os fãs. Mas o longa não é somente homenagem, ele deve nos presentear com história e ação. É importante salientar que eu não acompanho as histórias em quadrinhos e só conheço sobre a Marvel nos cinemas, por isso a análise será puramente fílmica e não comparações entre um e outro.

Dirigido pela dupla Anna Boden e Ryan Fleck, ambos trabalharam juntos na comédia romântica Se Enlouquecer Não Se Apaixone (2010), onde se saíram super bem. Em Capitã Marvel eles também trouxeram essa veia cômica e funcionou. Nick Fury (Samuel L. Jackson) é o alívio cômico em praticamente todo o filme, dividindo tela com a gata Goosie. Os dois proporcionam momentos engraçados e atenuantes. Isso não torna Nick Fury menos Nick Fury, o líder da Shield imponente e Bad Ass que conhecemos. Brie Larson (O Quarto de Jack, O Maravilhoso Agora) tem uma interpretação razoável, acredito que parte da culpa venha da direção e do roteiro, (os irmãos Russos deixaram saudade, explico adiante). Mas ela entrega uma mulher forte e carismática. Sabemos que ela é uma Girl Power, mas não demonstra soberba mesmo depois de descobrir todo seu potencial, se mostrando forte mesmo enquanto se sente perdida e sem lembrar exatamente sua identidade.

Sobre os irmãos Russos despertarem certo saudosismo nesse filme está nas cenas de luta. Particularmente me senti perdido em meio aos cortes excessivos. Outro fator que me incomodou foi não existir um vilão propriamente dito e, quem sabe, tenha deixado a história um pouco sem ritmo, já que cenas de ação provoca o andamento do enredo (quando funciona).

As atuações são boas, principalmente dos atores que interpretam os Skrulls. Mas senti falta de um aprofundamento no personagem de Jude Law (Closer), confesso não ter me importado com ele. Como dito antes, Brie Larson e Samuel L. Jackson tem uma boa interação e a amizade entre os dois passa a sensação de verdade. A direção de arte soube trabalhar bem o visual das raças alienígenas e os efeitos visuais são críveis. O diferencial da Marvel para a DC é bem evidente nesse quesito e não se pode negar.

A trilha sonora é uma homenagem a década de 90 mas chega a exagerar em certos momentos. Em uma das cenas de confronto, tentaram encaixar uma música e acaba soando extremamente brega. E por falar em brega, o episódio em que a Carol Danvers muda seu visual verde para o vermelho e azul é bastante cafona.

Tirando uma série de falhas, o filme funciona. Tem cenas muito divertidas, algumas lembram bastante MIB- Homens de Preto, como por exemplo, numa perseguição em que Nick Fury e Coulson estão nas ruas em um carro que remete ao jogo de Play Station 1, Driver, e os dois estão de paletós pretos. Outra cena se passa no espaço e é super divertida envolvendo o Flarken.

Capitã Marvel é sobre uma mulher que está a procura de si mesma, com pano de fundo de super-heroi, o filme nos conta uma história sobre amizade e determinação. Carol Danvers é o Superman em versão feminina do UCM, se doando pelos que estão à sua volta e não restringindo sua força aos poderes sobre-humanos. É um bom filme de origem, com erros que não influenciam no curso da história e responde perguntas que os fãs gostariam de ter, e deixam novas perguntas. Sem contar com aquele velho e bom Plot Twist que nós adoramos em filmes. Difícil falar sem spoiler. Diante mão, sabemos como Fury perde a visão (outra cena mal aproveitada), e sobre uma das jóias do infinito (ainda não é exatamente a jóia que conhecemos). A cena pós-crédito é fabulosa e tem ligação direta com Vingadores – Ultimato.


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